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Foto do escritorIsabella de Andrade

Conexão Literatura – Carolina Maria de Jesus

A parte mais bacana dos espaços online é proporcionar um acesso literário democrático, amplo e diverso para um público cada vez maior. A presença de fóruns, grupos, sites e blogs especializados têm aproximado leitores de diferentes idades e tornado cada vez mais possível que a criação literária se espalhe entre todos os cantos do país. Entre as boas iniciativas que conhecemos está a revista Conexão Literatura, mais um espaço independente para criar novos laços, ideias e reflexões. A edição atual é a 23ª e vale à pena o tempo de leitura.


Segue aqui o link para quem quiser conhecer o projeto: http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/p/parcerias.html

A edição de agora trouxe uma de nossas autoras mais esquecidas pelo tempo, Carolina Maria de Jesus. Escritora periférica, nascida e criada na favela, Carolina encontrou nos livros um meio para se emponderar e falar ao mundo sobre a miséria que via e sentia. Para completa a sintonia, escrevi sobre a mesma autora dia desses para um site em que colaboro, fica aqui o link para completar a leitura e conhecer melhor a história da escritora:

Vale lembrar que no último dia 30 de março a UFRGD divulgou a lista de leituras obrigatórias para o seu vestibular de 2018 e, entre as novidades, está o livro da escritora Carolina Maria de Jesus. A inclusão do livro entre a lista que chega a milhares de jovens reacende algumas polêmicas que envolvem a obra da escritora. Considerada uma das primeiras e mais importantes autoras negras do Brasil por alguns, Carolina tem seus escritos contestados por parte de acadêmicos, que consideram que seu livro, Quarto de despejo – Diário de uma favelada, não poderia ser considerado literatura.

“Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos.”

Essa é uma das poderosas frases cheias de metáforas encontradas nos diários da autora, que nasceu em 14 de março de 1914 e trabalhou como catadora de lixo. Moradora da favela do Canindé, zona norte de São Paulo, a escritora registrava o cotidiano duro de quem vivia na região. Apesar de ser pouco reconhecida no Brasil, Carolina foi traduzida para 13 idiomas e vendida em mais de 40 países.

Ela vivia as questões da pobreza e da moradia precária em sua própria pele, podendo escrever sobre os assuntos com mais propriedade e veracidade que grandes estudiosos. Quando li Quarto de despejo pude me sentir transportada para a dura realidade das favelas, tão distante da criação literária brasileira mais usual. As páginas nos seguram ao mostrar a realidade de tantas mulheres negras periféricas. O que se destaca em seu livro é a importância do testemunho escrito como meio de denúncia de desigualdade social e do preconceito racial.

 

Links para conhecer o trabalho e a edição atual

– Link direto para baixar a nova edição: http://www.fabricadeebooks.com.br/conexao_literatura23.pdf

 

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