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Paulo Souza lança hoje seu livro de estreia: Clarice, A última Araújo

Foto do escritor: Isabella de AndradeIsabella de Andrade

Eu me identifico muito com o perfil do Paulo Souza. Apaixonado por literatura, ele mantém um blog literário online para falar de livros, compartilhar leituras e despertar novas ideias. Seu primeiro livro, Clarice, a última Araújo, veio em formato de novela, pequeno e cheio de realismo fantástico. O lançamento vem assim, rodeado exclusivamente pelo amor às palavras. O encontro será neste sábado, dia 15 de setembro, no Empório Buongustaio (Águas Claras), a partir das 14h.

A história do livro começou a ser escrita em 2016, tendo surgido em formato de conto. Logo, a narrativa da menina que viveu sua infância em uma cidadezinha no interior do Ceará ganhou novas perspectivas e transformou-se em livro. Temas espinhosos são retratados entre as páginas, como corrupção e prostituição infantil. Paulo queria retratar também a própria vivência através da história e lembrou que ela se deu junto a uma redemocratização mal feita do país.


“Eu tenho parentes no estado Ceará, e lembro que quando ia visita-los, principalmente na década de 90 era normal ver na orla de Fortaleza garotas se prostituído a luz do dia, e de como aquilo era “normal”. Alguns diziam que era efeito da superinflação, outros que era herança da ditadura e tantos outros que era normal garotas do interior irem para a capital para arrumar dinheiro para a família”.

Realismo fantástico no livro

A cidade de Novo Oriente, onde se passa a história do livro, não é fictícia. É lá que vive parte da família materna do autor. Em toda sua existência, Paulo nunca viu a chuva cair sobre a cidade, A lembrança da seca inspirou os primeiros passos para o enredo e para a criação da maldição familiar das Araújos, que começa quando uma antepassada da Clarice se relaciona com um querubim e a chuva não aprova tal pecado e deixa de chover naquela cidade. Por fim, o realismo fantástico está presente em toda a obra.

A linguagem é coloquial e corrida, fruto da predileção do autor por utilizar palavras que aproximem o livro da linguagem cotidiana. Simultaneamente, há também uma pitada de regionalismo para ambientar melhor as personagens, já que a história se passa no Ceará.


O autor, Paulo Souza

“Desde quando chegou Clarice já sabia que Joana Critério era o mais baixo dos seres humanos. Manter um prostíbulo e captar garotas inocentes pelo interior do estado eram as menores coisas que ela fazia. Com o passar do tempo e a convivência com as outras garotas Clarice começou a saber de todas as empresas que Joana Critério fazia parte, ficou sabendo até mesmo de pequenos casos escusos que a casa da Luz Vermelha mantinha com a prefeitura de Fortaleza para receber verbas destinadas a creches.” (Trecho do Livro)

Projetos futuros

Por fim, para o próximo ano, Paulo pretende lançar o seu primeiro romance. O livro, segundo ele, já está escrito e espera apenas por alguns ajustes. A narrativa conta a história de um cara que se entrega na delegacia dizendo “Me prenda, cometi um terrível crime”, e os capítulos que se seguem são narrados a partir do ponto de vista de pessoas, animais e coisas que rodeiam a vida desse homem quando recebem a noticia que ele se entregou e tentam entender que crime foi esse, sendo que ele sempre foi um bom homem.

Duas perguntas para Paulo Souza

Como as críticas sociais entram no livro?

Corrupção, prostituição infantil são coisas absurdas. No meu ponto de vista algo tão absurdo que a maior parte da sociedade acaba aceitando e convivendo infelizmente. Nesse livro eu extrapolei a realidade para confrontar essas críticas de uma forma não usual. O que te choca mais, uma câmara de vereadores composta só por afilhados do prefeito e secretariada por um papagaio que só sabe repetir o que o mandam falar ou o prefeito que compra votos e mantem uma população presa na miséria? É dessa forma que as críticas sociais entram, acompanhadas de doses de extrapolação da realidade para mostrar que a nossa realidade beira algo que não deveria de fato existir.

O que mais te encanta no trabalho da escrita?

O de observação, entrega e empatia. Eu quis criar uma personagem feminina, forte, empoderada para homenagear as mulheres da minha família. Foi um processo de entrega para compreender ainda mais toda uma vivência que não é minha, já que sou homem. Mas que entendo que é diferente. O cuidado para não objetificar o corpo feminino, o de não por a mulher como um ser inferior, mas igual e capaz por si só. Enfim, isso que me encanta na escrita. Que a cada história eu me aproximo mais de outras realidades e com respeito digo: Me deixa sentir um pouco do que você sente e me dá a mão para juntos sermos melhores. A escrita para mim é isso.

 

Serviço:

Lançamento de ‘Clarice – A última Araújo’ de Paulo Souza

Preço de capa: R$ 35,00

Data: 15 de Setembro (sábado)

Horário: 14h

Local: Empório Buongustaio (Quadra 205, lote 02, Águas Claras)

Contato: Luciano Vellasco (61981290667) / Paulo Souza (61982081767)

Classificação indicativa: Livre

Entrada franca

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