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Abandonar-se
- Isabella de Andrade
- 31 de mai. de 2015
- 1 min de leitura
Não te deixes perder entre as horas vazias ou sentirá na língua o gosto terroso e amargo do tempo. Vai ver que os dias parecem imensos pedaços disformes de vidro, que nos cortam ao menor sinal de tentativa de locomoção, se deixar que o tempo se torne uma rocha estanque, um ardor constante, um ponto qualquer de reprovação. Mova-o, abandone-o. Abandone o tempo, as horas, os dias, a pele de antes, a roupa, o controle, a verdade, o significado, a razão. Abandone o tempo a olhos abertos e deixe-se, até que lhe apareça e lhe reconstrua alguma nova sensação.

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