Arp, Botero, Caravaggio, aprender a ler e a escrever.
“Assim como no caso da leitura, o interesse das crianças pela arte, e em especial pela pintura não tem nada de automático. Às vezes pouca coisa basta para fazê-lo nascer, e pouca coisa pode destruí-lo…. Mais vale ser prudente quanto à maneira de abordar o tema. ”
Françoise Barbe – Gall “Como falar de arte com as crianças”
Dos quatro aos oito anos de idade a expectativa da aprendizagem da leitura e escrita é assunto recorrente no cotidiano de pais, filhos e educadores. É o período da famosa ALFABETIZAÇÃO. Como o próprio Paulo Freire diz, “a leitura do mundo precede a das palavras”. Daí, entendemos que nossas crianças já praticam leitura desde muito cedo, ainda bebês. Neste período estamos falando principalmente de leitura visual. Mas quantos de nós se preocupa com a alfabetização visual de nossas crianças?
No dia-a-dia, a quantidade de imagens que recebemos e processamos é gigantesca! E é da infância que a interpretação e os padrões de julgamento dos conceitos de belo, feio, coerente, falso, verdadeiro, aceitável, entre tantos outros aspectos relacionados às mensagens, imagens e seus significados são formados. Mas por quem? Quem são nossos formadores de leitores de imagem? A escola tem nos preparado para ler e interpretar imagens? Em casa temos o costume de fazer leituras de imagens?
“Uma imagem tem força, ela pode romper e mudar a forma que pensamos” (João Kulcsar)
O assunto dá pano para manga! E em vez de dar respostas, vamos deixar as reflexões e dicas de livros que propõe a descoberta das letras por meio das artes visuais, ou vice e versa!
Alfabarte
Editora: Companhia das letrinhas – 2014.
Autores: Anne Guéry e Olivier Dussutour
São 26 obras de mestres da pintura ocidental e em cada uma delas se pode encontrar uma letra do alfabeto. Há também informações sobre a vida dos artistas. A brincadeira é um convite a descobrir, além das letras, o universo que cada pintura nos apresenta!
Para ler e ver com olhos livres
Editora: Nova Fronteira – 2013
Autores: Flávia Aidar e Januária Cristina Alves
Pela produção artística brasileira dos séculos XX e XXI, as autoras nos convidam a conhecer a arte de nosso país brincando de encontrar as letras do alfabeto. Os textos sobre os artistas e as obras estão nas mesmas páginas e esse brincar é apresentado de diferentes maneiras, por vezes não será na obra a se encontrar a letras, mas sim em outros detalhes.
A máquina de histórias.
Tom McLaughlin. Companhia das Letrinhas, 2014. – Essa é uma história muito interessante sobre um menino com muita dificuldade de escrever histórias, que um dia encontra uma velha máquina de escrever. Surpreendentemente o menino passa a utilizar a máquina de uma forma diferente: sem perceber ele começa a escrever desenhos e contar histórias através de imagens! Ao final, o menino descobre que quem contava boas histórias não era aquela máquina específica, mas sim ele próprio!
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