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Caminho
- Isabella de Andrade
- 28 de set. de 2015
- 1 min de leitura
Quando perdeu-se o ponto certo, tratou de correr ao vento e soltar os pés que estavam a lhe incomodar. Trazia os dedos bem sujos de terra e uma lama seca que teimava em lhe grudar. Limpou com força os restos de poeira e deixou o vento, novamente, tratar de trabalhar. Correu descalça e os pés quase limpos se empenharam em escorregar. Fechou novamente os olhos e com as mãos duras, catou pedras e gravetos, agarrando-se a alguma espécie de pequena trouxa a carregar. Abriu os olhos e perdeu-se com a luz, retina aberta e mãos fechadas, com a terra outra vez a lhe empoeirar. Jogou n’água a recente e imperceptível bagagem, coisa pouca. Resignou-se sem mais escolhas, a quem anda em pés descalços, o que lhes resta é o caminhar.
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