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Foto do escritorIsabella de Andrade

Como se diz eu te amo? – Adriana Caitano comemora o lançamento do primeiro livro e peça de teatro



Adriana Caitano transformou em realidade concreta o sonho de publicar um livro. Em 2018, sua primeira obra, Como se diz eu te amo, ganhou as páginas impressas por meio da Editora Meia Um. O impulso criativo se expandiu para os palcos, e no mês seguinte do lançamento da publicação, Adriana viu a obra se transformar em espetáculo teatral. Com essa junção, a autora confirma a relação próxima e cheia de possibilidades entre o teatro e a literatura.

“Sempre vi a arte com um olhar multimídia. Leio livros imaginando filmes e ouço músicas imaginando livros. Enquanto eu escrevia os textos já me lembrava de músicas que tinham a ver com cada um. Depois ficava imaginando algumas daquelas palavras sendo ditas em público, num palco.
Sabia que não seria só num sarau, mas numa representação cênica. E aí, quando decidi realizar meu sonho, foi tudo de uma vez, juntando texto, música e teatro num balaio só em Como se diz eu te amo”, destaca Adriana.

A motivação para escrever Como se diz eu te amo veio dos inúmeros questionamentos e experimentos relacionados ao amor ao longo da vida. A busca por esse amor era algo muito presente. Adriana conta que passou por diferentes fases, sempre acompanhada por um verso e um papel. Vieram os sonhos, o medo, o desânimo, a desistência. A relação com a busca por um sentimento que parecia nem ao menos entender despertou a inspiração para a escrita. “Imaginei que haveria mais gente no mundo com essa mesma dificuldade”.


Como se diz eu te amo: Caminhos possíveis



Jornalista política, a escritora confessa ter demorado a criar coragem para a primeira publicação. O receio de publicar algo menos sério e mais envolto em poesia era constante. “Tinha medo de ser ridícula, de dar certo e me acharem metida. E aí outro medo me empurrou com força, só que pra frente: o medo de morrer sem ter realizado meu sonho nem ter deixado um pouquinho de mim por aqui”, lembra a autora.


A partir de então, a publicação tornou-se uma meta. Ao invés de economizar dinheiro par uma viagem, a escritora independente decidiu juntar os recursos para viabilizar seu sonho com a escrita.


Para a escritora, o melhor diálogo que ela pode ter com o leitor por meio do livro é incentivá-lo a ter um diálogo consigo mesmo, se perguntando se deu espaço suficiente para o amor e se já aprendeu a se amar de verdade. O amor pela escrita surge da capacidade que a literatura, e a ar te em geral, têm de nos fazer pulsar e continuar vivendo dentro de outras pessoas.



 

Duas perguntas para Adriana Caitano


Como é a sua escrita? E o seu processo criativo?

Eu nunca fui boa em inventar histórias. Sempre tive mais facilidade para dizer o que vejo e sinto. Ser jornalista reforçou isso. Então minha escrita reflete essa fidelidade à vida real, sem necessariamente ter a obrigação de ter acontecido daquele jeito. Separo bem a literatura do jornalismo no sentido estético, mas tudo que escrevo veio primeiro da minha observação do mundo. Por isso, meu processo criativo não é tão organizado. No livro, por exemplo, tem textos escritos num momento de raiva, de euforia, depois de me despedir de alguém e até depois de ver um show do Rock in Rio pela TV.


Como foi essa adaptação das páginas pra o palco?

Ainda me acho meio louca por ter feito isso. Eu não tenho formação no teatro e o único roteiro que eu tinha feito na vida era o do documentário que fiz com meu amigo Galton Sé em 2008, sobre o forró pé de serra. Eu não tinha mais dinheiro para contratar alguém pra tocar essa parte do projeto. Chamei pessoas queridas que sabia estarem dispostas a me apoiar nessa loucura e joguei a bomba: vamos fazer uma peça! Primeiro eu fechei a data, aproveitando o espaço que o projeto Acontece no Museu nos deu. Depois a gente foi começar a ensaiar. E aí virou um processo coletivo em que todo mundo ajudou a montar um pedaço.

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