Cor de azul
- Isabella de Andrade
- 5 de out. de 2015
- 1 min de leitura
Conjugava facilmente um diário te adorar. Frágil, como um espectro de imagem pintado em um espelho qualquer. Ainda assim, tremendamente sólido, como a certeza de olhos que não correm ao mais absoluto sinal de incerteza. Percorrer, de pés juntos, as mudas imperdoáveis do tempo. Seríamos a última certeza da crença no infinito e ainda assim, encobertos entre nossas próprias verdades, abrimos os olhos ao instante, não nos seria possível ainda ser. ‘Vai fechar os olhos e saber esse tempo como sonho’. Perdemos os olhos ao azul. Lembra-se? Cor de céu sem nuvem, dos vestidos rodados de Alice, dos corantes artificiais. Cor de perder-se ao tempo, permitir o respiro quase endurecido e então, silenciar. Houve o tempo de esquecer o tempo e chegam novamente os dias a se entrecortar. Abrir espaço aos silêncios. Pois diga a plenos pulmões, de que outra forma nos seria permitido ser?
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