Entregar
Pulsa a sensação como um ritmo Desagradável, insonso, nauseante. Um chute no estômago, um rasgo no tempo, Uma quebra no centro, uma falta de certo, Um ponto qualquer de lamento. Há que se entender , o amor, Ainda que terno, ainda que perfumado, Ainda que flores, ainda que saltos, É uma impensável abertura de entranhas. Tire então todas, jogue-as fora, pinte de outras cores, Tempere com algum suspeito e inaceitável fato, Amasse ao ponto em que te seja possível agarrar entre as mãos, Enquanto lhe escorre pelos dedos e ainda pelos olhos. Há que se entender que este, ainda que inebriante, Não se aquieta um minuto sequer. De bem comportados já bastam os tolos disfarces Que disfarçadamente, acreditamos crer para entregar O rasgo do tempo à quem foge covarde das horas dos dias.
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