Então veja
- Isabella de Andrade
- 7 de set. de 2015
- 1 min de leitura
Ver a cidade, andar o mundo a peito aberto e pés descalços. Fechar os olhos e respirar a própria insanidade que pulsa dentro de um corpo quase são. Ver o céu a todo tempo e esparramar sonhos, faltas, dúvidas e desejos pelo concreto. Acostumar-se ao sal da lágrima, esbaldar-se ao mel do riso e manter intacta a sutileza dos primeiros sonhos, sem deixar de deliciar-se com a aspereza que se forma em certos cantos da pele. Derrubar as próprias incertezas e certificar-se de que estar plenamente convicto não é uma possibilidade palpável. Permitir o caminho da impermanência, sem deixar de reconhecer e tomar para si alguns pedaços recolhidos da calçada. Ver a cidade… e constatar a existência de um sem fim de amores, retrocessos, falhas, certezas, permanências e ilusões. Perceber, por fim, a beleza inexplicável da imperfeita verdade que nos pertence e nos cerca.
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