[FLIP 2018] Devaneios e sonhos de segunda
Atualizado: 5 de fev. de 2021
[FLIP 2018] Devaneios e sonhos de segunda
Apesar de me esforçar hoje em dia para absorver de uma vez por todas a ideia de ter metas e me esforçar para conquistar cada uma delas, acabo me rendendo vez ou outra ao que ainda chamo de sonhos. Voar de balão sempre foi um deles. Vi certa vez, ainda pequena, aquelas formas enormes e cheias de cores voando acima de qualquer janela e soube que era ali que eu queria estar. Nesse ano, minha irmã me presenteou no meu aniversário com um “vale voo de balão” e estamos apenas esperando os bons ventos de outubro para subir de uma vez.
Nutri ainda, desde muito cedo, o sonho de conhecer outros tantos cantos do mundo. Esperei por muitos anos e tive um gosto imensamente bom ao conseguir sair do país pela primeira vez no ano passado, acompanhada apenas de uma mochila exageradamente gigante, carregada a duros passos entre as ruas e desertos do Chile. (Anotação para a vida: diminuir a bagagem).
Criei também o sonho de escrever um livro. Queria encantar um pouco um par de gente da mesma maneira que eu me encantava com as páginas das histórias. Quanto bem me fizeram! Publiquei os meus primeiros exemplares em um café com ares de jardim em um canto distante de Brasília. Chamei amigos e família e ainda cantei junto ao meu projeto juvenil de banda com canções poéticas.
Flip: encantos literários à beira-mar
Flip, a festa literária internacional de Paraty. Quer sonho maior que um punhado de literatura à beira mar? Soube que a festa se consagrava como um dos maiores eventos literários do país. Logo comecei a acompanhar a enorme quantidade de grandes escritores que transitavam por lá. Sonhei então em participar da Flip. Queria ser público, andar pelas ruas quadriculadas, conhecer o centro histórico, escapar para alguns passeios entre a maresia. Enfim, queria ainda mais, ser autora.
Quando publiquei Veracidade, lá em 2015, conheci, por muita sorte, o Eduardo. Ontem, Cinthia Kriemler o definiu muitíssimo bem. Em um pequeno papo sobre o lançamento da Antologia Casa do Desejo, lá na Flip, lembrou: “Eduardo é um sujeito agregador. Poucas pessoas nascem com essa qualidade”. E assim é. Com a sua bonita e sonhada Patuá, Eduardo constrói amuletos cheios de páginas e histórias. Além deles, se esforça para reunir, vez ou outra, uma porção de escritores para figurar em um novo projeto cheio de encantos e vontades.
Conheci muita gente que ainda acredita na exclusão ou diminuição do outro para crescerem a sós. Não tiveram a sorte de entender a grandeza dos sujeitos agregadores. O mais bonito que fazem é mostrar que, juntos (como soa bem) somos muito mais fortes. Assim, ocupando uma ou duas páginas singelas ao lado de outros tantos contadores de histórias, realizo o novo sonho de participar, pelas mãos de um sujeito um tanto agregador, da Flip.
A expectativa de andar pelas ruas da cidade praiana durante a festa literária me lembra do quanto ainda é possível, enfim, sonhar longe e guardar com gosto e cuidado cada vontade que permaneça forte. Enquanto isso, deixa eu soltar os cabelos que é hora de revisitar o mar.
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