Flor de ontem
A flor de ontem carrega-se de silêncio.
Com cheiro fraco e colorido desbotado,
procura agarrar-se à cor diversa
do próprio tempo.
A flor de ontem não se sabe flor
Não se sabe pétala ou perfume.
Não se lança ao vento,
Nem tanto ao mar.
A flor de ontem aquieta-se pela própria incerteza
De não saber mais bailar ao correr do dia,
Nem ao menos sorrir
Com o próprio desabrochar.
A flor de ontem não desabrocha,
Não mostra amor, ou raiva, ou desassossego.
A flor de ontem é rosa partida
É coisa murcha que se tomou de medo.
Ninguém olha a flor de ontem, ninguém vê,
nem nunca viu.
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