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Foto do escritorIsabella de Andrade

Isabella de Andrade e Alexandre Pilati movimentam o Atelier da Palavra com literatura nessa quinta-f

Para ampliar seu espaço no mercado literário e expandir a produção criativa além das obras tradicionais, autores independentes buscam maneiras diversas de levar ao público suas publicações. A ideia é mostrar que a literatura se renova e pode se mostrar presente nas mais diversas plataformas. Foi, enfim, pensando nessa expansão que o Atelier Café criou o Atelier da Palavra, com participação de Alexandre Pilatti e Isabella de Andrade. O encontro acontece no próximo dia 19 e promete criar um espaço aconchegante para dialogar sobre literatura.

Para Alexandre, eventos literários na cidade são importantes para colocar em circulação, simultaneamente,  as obras e as ideias dos autores. “Enfim, falar sobre isso em momentos que dêem visibilidade social para a literatura me parece ter o grande mérito de incentivar a leitura, um dos grandes desafios do nosso país”, destaca o autor.

Para trilhar os rumos da conversa literária, pensamos em apresentar um pouco de nossas obras no primeiro bloco. A ideia é dialogar sobre as trajetórias e possibilidades criadas a partir da escrita. Para o segundo bloco, enfim, traremos textos de autores que colaboraram para a formação cultural de cada um. Por fim, influências poéticas, inspirações literárias, livros e trechos preferidos entram em pauta para expandir as possibilidades que surgem entre autor e leitor.

Diálogos e literatura

A ideia é encerrar a noite com a apresentação de textos escritos por Isabella e Alexandre, comentando os caminhos criativos e, em seguida, abrindo o debate com a plateia. Logo depois, a mediação do evento é feita por Stephanie Souza. Alexandre conta que sua poesia não existiria sem a influência e a inspiração de Drummond, Clarice Lispector e Machado de Assis. Seu último livro, Autofonia, foi escrito ao longo de três anos.

“É um livro em que a poesia tenta penetrar a dimensão da política, que esteve em evidência exatamente nesses anos no Brasil e no mundo. A obra trata de captar e dar forma a um mal-estar coletivo, que tem a ver com as formas do sofrer cotidiano nas cidades contemporâneas”, afirma o autor.
 

Confira três perguntas para Alexandre Pilati


Você costuma escrever todos os dias? O que te inspira e te motiva na escrita?

Até por dever de ofício, como professor universitário, escrevo todos os dias. Mas a poesia, que é, enfim,  o meu metier artístico, é diferente. Procuro escrever apenas quando o contrário parece insuportável. Escrevo quando a necessidade é maior que a liberdade que tenho para escrever o que quiser.

Para você, qual é a principal força da cena literária de Brasília?

Acho que Brasília conseguiu, enfim, a muito custo, criar uma cena literária e cultural muito diversificada, plural. Temos de tudo na cidade. Do Rap ao romance histórico há gente batalhando por produzir coisas interessantes.

Qual seria a melhor maneira de expandir a circulação de autores contemporâneos?

Primeiro, é preciso que os autores reconheçam que as literatura é maior do que as individualidades. Além do mais, a literatura é uma “arte de longo prazo”. É diferente de gêneros como a canção e o cinema. A literatura exige uma maturação. Além disso, uma concentração e às vezes um isolamento com as palavras sem o qual não se pode chegar a algo relevante. Uma uta que é brasileira e deveria estar na pauta dos autores é aquela pela escola digna e com leitura de literatura. Por fim, os autores têm de saber que a literatura só terá relevância se ela for um direito de todos. E isso começa na escola.

 

Serviço

Atelier da Palavra, no Atelier Café (SHIS Qi 21 Bloco E, Brasília)

Quinta-feira, dia 19/07, às 19h.

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