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Janelas
- Isabella de Andrade
- 5 de nov. de 2015
- 1 min de leitura
Tome ao menos as horas vazias. Da rua desacreditada que me encontra pela janela, dos pingos de gente que pela noite passam e do barulho sempre ausente. Existe nela, noturna, um silêncio que quase nos cala as próprias ideias. Sente então o ar quente que atravessa o peito em tão rara ocasião. Tomaria por definitiva aquela grata (ou desgovernada) ilusão. Mete os sonhos pelas cortinas, deixe que lhe vejam e respirem toda a gente, deixe que se tornem poeira estável, até que lhe bata outra vez algum intenso pedaço de sol. Deixa então que saiam, quentes como o mormaço, pingando suor pelas janelas.

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