Pisquei os olhos
Dedos dançantes e os sonhos em mãos. Contar, ler, fazer, falar, escrever, interpretar, assistir, adaptar, lembrar, imaginar e criar histórias. Entre fictícias e reais, por sob prosas e poéticas, escondidas, expansivas, exaustivas e acolhedoras. Minhas, delas, deles, suas e nossas. De amores e ódios, desejos ou princípios, entre risadas ou decepções. Por frases curtas, vírgulas compridas ou palavras entrecortadas, para presentear o tédio ou escapar à solidão. Para inventar um beijo, imaginar um suspiro, mordiscar os dedos ou chorar em vão. Sobre os pés acanhados, entre os olhos abobalhados, as bocas enfim rasgadas e o aquietar mansinho iluminando a escuridão. Assim, para disfarçar amores, recriar terrores e acarinhar o próprio desejo de imensidão. Olhei ao lado e, displicente, passava a marcha de quem vem e vai e dos caminhos que afirmam o quanto é breve o instante ou qualquer certeza de afirmação. Pisquei os olhos e os vi mudando o rumo, todos eles, amigos amores e até criação. Logo em frente todas elas, quase eternas e abobalhadas, histórias de todo tempo e do tempo que nunca seria em vão.
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